Foto: Polícia Militar/Divulgação
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Glézia Divina Rodrigues, de 50 anos, por tentativa de homicídio qualificado contra o então namorado, de 58 anos, em Araguari, no Triângulo Mineiro. A Justiça aceitou a denúncia após a mulher ter confessado à Polícia Militar (PM) que colocou chumbinho — veneno proibido no Brasil — na comida da vítima.
O crime ocorreu na madrugada de 7 de abril de 2025, na casa do homem, no Bairro Santa Terezinha. Após ingerir o alimento, ele passou mal, procurou ajuda de vizinhos e foi socorrido. A intoxicação por substância tóxica foi confirmada em atendimento na UPA de Araguari. O homem sobreviveu e permaneceu em observação médica.
Segundo a denúncia do MPMG, a acusada alegou ter sido vítima de violência doméstica, mas não apresentou provas, nem registrou boletim de ocorrência sobre o suposto fato. Ela foi presa em flagrante e permanece detida preventivamente na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia.
Vítima comprou o veneno sem saber da intenção da ré
O promotor do caso informou que Glézia teria convencido o companheiro, meses antes do crime, a comprar o chumbinho com a justificativa de combater ratos na residência.
Na noite do crime, ela pediu que o namorado saísse para comprar cerveja. Durante a ausência dele, colocou todo o conteúdo do veneno na panela de arroz que preparava para o jantar. Após retornarem, beberam juntos e a mulher deixou o local antes que o homem se alimentasse. Já na madrugada, a vítima procurou socorro, relatando fortes dores abdominais, vômitos e acusando a ex-companheira de tê-lo envenenado.
Confissão e agravantes
Glézia foi localizada no local de trabalho na manhã seguinte. Inicialmente, negou envolvimento, mas, após ser informada das consequências jurídicas, confessou o crime à PM. De acordo com o sargento Frederico Rodrigues de Andrade, “ela disse que os dois haviam discutido e depois decidiu envenená-lo”.
A Polícia Civil indiciou Glézia por tentativa de homicídio por motivo torpe e meio cruel, com uso de veneno. O MPMG seguiu com a denúncia, acrescentando o agravante de ter usado meio que dificultou a defesa da vítima.
Além da pena criminal, o Ministério Público solicitou que a acusada seja condenada ao pagamento de indenização equivalente a dez salários mínimos à vítima. O processo segue em tramitação na 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Araguari.
🔎 O chumbinho é um veneno clandestino extremamente tóxico, proibido no Brasil desde 2012 por determinação da Anvisa. A ingestão pode causar graves danos à saúde e até levar à morte.