Polícia Civil indicia motorista de ônibus por acidente com 12 mortes na MG-223

Foto: Divulgação/CBMMG

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre o trágico acidente envolvendo um ônibus do Grupo Guanabara que tombou na MG-223, no trecho conhecido como Trevo do Queixinho, em Araguari. O caso, que aconteceu no dia 8 de abril, resultou na morte de 12 passageiros e deixou mais de 40 feridos.

Segundo a investigação, o ônibus da viação Real Expresso trafegava a cerca de 96 km/h, velocidade 50% acima do permitido no trecho, o que foi decisivo para a perda de controle e tombamento do veículo em uma curva acentuada.

O motorista, de 58 anos, foi indiciado por 12 homicídios qualificados — por impossibilidade de defesa das vítimas — e 46 tentativas de homicídio. Ele responderá ao processo em liberdade, uma vez que, no momento do depoimento, não havia elementos para a prisão em flagrante. A identidade do condutor não foi revelada.

A perícia apontou ainda que o não uso do cinto de segurança por parte dos ocupantes contribuiu para o alto número de vítimas fatais.

O ônibus havia saído de Anápolis (GO) com destino a São Paulo (SP), e o acidente ocorreu durante a madrugada, logo após o veículo sair de Goiânia, onde houve um atraso na parada. Um dos sobreviventes relatou que o motorista teria dito que “pisaria no acelerador” para compensar o tempo perdido.

Durante coletiva realizada nesta quinta-feira (15), a Polícia Civil detalhou os resultados da investigação e confirmou o envio do inquérito à Justiça.

Em nota, a empresa Real Expresso, integrante do Grupo Guanabara, afirmou que segue colaborando com as autoridades e prestando apoio total às famílias e sobreviventes.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirmou que o ônibus estava com documentação e cadastro regulares para transporte interestadual.

A tragédia no Trevo do Queixinho reacende o alerta para os riscos da imprudência no trânsito e para a necessidade de uso do cinto de segurança em transportes coletivos.