Brasil amplia uso de biocombustíveis com aumento de etanol na gasolina e biodiesel no diesel

Foto: Claudio Kbene/ PR

A partir de 1º de agosto, o Brasil dará um importante passo rumo à sustentabilidade energética: o teor obrigatório de etanol na gasolina passará de 27% para 30%, e a mistura de biodiesel no diesel aumentará de 14% para 15%. A decisão, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), visa fortalecer a produção nacional de biocombustíveis, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e contribuir para a queda no preço ao consumidor.

Com a nova política, o país poderá retomar a autossuficiência na produção de gasolina, o que não acontecia há 15 anos, e reduzir importações. Estimativas apontam que o litro da gasolina pode ficar até 20 centavos mais barato nas bombas. Além disso, o setor projeta mais de R$ 10 bilhões em novos investimentos e a geração de 50 mil empregos diretos e indiretos.

O aumento da mistura também traz ganhos ambientais. A ampliação do uso do biodiesel representa um avanço estratégico na descarbonização do transporte pesado, um dos segmentos mais difíceis de tornar sustentável. Isso reforça o compromisso do Brasil com a transição energética e antecipa uma posição de destaque na COP30, que será realizada em Belém (PA).

A decisão do CNPE foi embasada por testes técnicos conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia com apoio da indústria automotiva, comprovando a viabilidade e segurança das novas misturas para veículos em circulação no país.

Além dos benefícios econômicos e ambientais, a medida impulsiona a agricultura familiar, com previsão de mais de R$ 5 bilhões em investimentos em novas usinas e unidades de processamento de oleaginosas. O Programa Selo Biocombustível Social também será ampliado, com expectativa de inclusão de 5 mil novas famílias e aumento na renda de pequenos produtores.

Durante o anúncio oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a medida vai além da questão energética. “Essa decisão mostra o Brasil que queremos construir: soberano, sustentável e com desenvolvimento inclusivo”, afirmou.

A iniciativa conta com apoio amplo de representantes do setor energético, agrícola e parlamentares, consolidando o Brasil como líder global em políticas públicas de biocombustíveis e transição energética limpa.