MPMG investiga desvio de R$ 6,5 milhões da Saúde em Uberlândia

Foto: Divulgação/MPMG

Uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi deflagrada nesta segunda-feira (14) , em Uberlândia, com foco na apuração de um esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 6,5 milhões dos cofres públicos. Os recursos eram destinados ao Programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que custeia despesas de pacientes que precisam realizar tratamentos médicos em outras cidades.

A ação, batizada de “Operação Tratamento Fantasma”, teve como principal alvo uma servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), ela estaria à frente de um esquema que envolvia a criação de processos falsos de solicitação do TFD em nome de pessoas fictícias ou “laranjas”, com o objetivo de simular atendimentos e justificar transferências bancárias indevidas.

As investigações apontam que os valores eram repassados para contas de terceiros e, em alguns casos, utilizados na compra de joias e contratação de serviços, com parte dos montantes sendo devolvida aos envolvidos no esquema. Algumas das pessoas cujos nomes constavam como beneficiários negaram ter realizado qualquer tratamento de saúde ou sequer ter precisado do programa, embora tenham confirmado o recebimento indevido dos recursos.

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além do afastamento de sigilo de dados telefônicos e digitais e do bloqueio de bens dos suspeitos. A operação contou com a participação do Gaeco, da 6ª Promotoria de Justiça de Uberlândia, além das Polícias Civil e Militar, mobilizando promotores, policiais e servidores do MPMG.

A Prefeitura de Uberlândia colabora com as investigações e já iniciou uma auditoria interna nos procedimentos do Programa TFD. As apurações seguem em andamento, e os envolvidos poderão responder por associação criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas.