Foto: Isaac Amorim/MJSP
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou a terceira edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A ação tem como objetivo ampliar o banco nacional de perfis genéticos e, assim, ajudar na identificação de pessoas desaparecidas em todo o país. Atualmente, há 334 pontos de coleta disponíveis nas 27 unidades da federação.
A coleta é voltada principalmente para familiares de primeiro grau dos desaparecidos (pais, filhos e irmãos), que podem doar amostras biológicas como saliva ou uma gota de sangue, além de objetos pessoais da pessoa desaparecida, como escovas de dente. Para participar, é necessário apresentar documento de identidade, cópia do boletim de ocorrência e assinar um termo de consentimento.
Os dados genéticos coletados são cruzados com perfis já armazenados no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), que inclui restos mortais não identificados e pessoas vivas em instituições como hospitais e abrigos. Em caso de correspondência, a família é informada sobre a localização ou o desfecho do caso.
A diretora do Sistema Único de Segurança Pública, Isabel Seixas de Figueiredo, reforça que, embora o processo possa ser demorado, é essencial para dar respostas a famílias que vivem há anos com a incerteza do paradeiro de seus entes queridos. “Mesmo que leve anos, é uma resposta. É o encerramento de uma dor”, afirmou.
Na edição anterior da campanha, realizada em 2024, foram coletadas 1.645 amostras, resultando na identificação de 35 pessoas desaparecidas. Nove dessas histórias foram reunidas em uma publicação digital lançada pelo MJSP, destacando o impacto humano do projeto.
Um dos casos é o da servidora aposentada Glaucia Lira, de Brasília, que teve o filho identificado quatro anos após doar amostra de DNA. Embora a confirmação tenha revelado o óbito do jovem, ela destacou a importância da iniciativa: “Hoje eu sei o que aconteceu com ele, e isso encerra uma espera dolorosa”, relatou.
A campanha segue com ações de divulgação intensificadas durante dez dias, mas a coleta de DNA permanece disponível ao longo de todo o ano nos institutos de criminalística das polícias civis estaduais e do Distrito Federal. Mais informações estão disponíveis no site do Ministério da Justiça.