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Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) criaram uma tecnologia capaz de identificar contaminações por metanol em bebidas destiladas de forma rápida, precisa e sem uso de reagentes químicos. O método utiliza um sensor fotônico aliado a inteligência artificial e alcança 100% de precisão mesmo em concentrações muito baixas do contaminante.
A pesquisa foi desenvolvida pelos professores Robinson Sabino da Silva e Murillo Guimarães Carneiro, com apoio de outros pesquisadores da universidade e financiamento da Fapemig, CNPq e dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). O pedido de patente já foi registrado pela Agência Intelecto da UFU junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
No processo, amostras de bebidas como uísque, vodca e gim são analisadas em um equipamento que faz a leitura por raios infravermelhos. Os dados são processados por um algoritmo de inteligência artificial que identifica a presença de metanol em menos de um minuto. O equipamento é portátil e sustentável, com baixo custo operacional.
O objetivo dos pesquisadores é ampliar o uso da tecnologia, oferecendo suporte a empresas e bares interessados em verificar a pureza de suas bebidas e até criar um selo de qualidade. A equipe também estuda implantar um projeto de extensão para disponibilizar o serviço de testagem à população.
O avanço ocorre em meio a uma crise nacional de saúde pública: segundo o Ministério da Saúde, já foram registradas 259 notificações de intoxicação por metanol no país, sendo 24 confirmadas.