Nova tarifa dos EUA pode causar perdas bilionárias e atingir milhares de empregos em Minas Gerais

Foto: Banco de Imagens

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou um estudo que aponta sérias consequências para a economia mineira caso a nova taxação imposta pelos Estados Unidos entre em vigor. A partir de 1º de agosto, está prevista a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado americano, uma medida anunciada pelo presidente Donald Trump, com justificativas voltadas a desequilíbrios comerciais e questões políticas.


Minas Gerais, atualmente o terceiro maior estado exportador para os Estados Unidos, tende a ser fortemente impactado. Em 2024, as exportações mineiras totalizaram aproximadamente US$ 4,62 bilhões, o equivalente a cerca de 2,3% do PIB estadual. Entre os principais produtos enviados estão café, ferro, aço, máquinas elétricas e compostos químicos inorgânicos. Segmentos que devem enfrentar quedas significativas caso o tarifaço se concretize.


De acordo com a Fiemg, as perdas estimadas para Minas Gerais podem alcançar R$ 21,5 bilhões no Produto Interno Bruto, em um período de cinco a dez anos. Além disso, o estado pode ver desaparecerem até 187 mil postos de emprego e mais de R$ 3 bilhões em massa salarial. Em uma hipótese mais crítica, que considera retaliações do Brasil e redução nos investimentos externos, os prejuízos podem chegar a R$ 63,8 bilhões, afetando mais de 443 mil postos de trabalho.


No cenário nacional, as consequências também seriam expressivas. As perdas podem ultrapassar R$ 175 bilhões, com queda de até 1,49% no PIB e o risco de até 1,9 milhão de empregos extintos, número que pode ser ainda maior caso o Brasil adote medidas semelhantes contra os EUA.