Dia Mundial do Café destaca a força do setor em meio a desafios climáticos

No dia 14 de abril, o mundo celebra o Dia Mundial do Café, uma das bebidas mais consumidas e apreciadas em todos os continentes. No Brasil, a data ganha um significado especial, já que o país segue como líder na produção e exportação mundial de café. Em 2025, mesmo diante de adversidades climáticas, o setor cafeeiro mostra sua força, resiliência e importância econômica.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de café em 2025 está estimada em 51,8 milhões de sacas de 60 kg, o que representa uma queda de 4,4% em relação ao ano anterior. A redução se deve, principalmente, à bienalidade negativa e aos efeitos da seca prolongada durante a floração das lavouras. (Uol/Conab)

Minas Gerais, principal estado produtor do país, deve colher 34,7 milhões de sacas de café arábica, com retração de 12,4% em comparação a 2024. A estiagem prolongada e as altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento dos grãos, afetando a produtividade. (Forbes/Conab)

Apesar da queda na produção, as exportações brasileiras de café seguem firmes. No primeiro trimestre de 2025, o Brasil exportou 10,7 milhões de sacas, volume 11,3% menor que no mesmo período de 2024. No entanto, a receita cambial cresceu 41,8%, alcançando US$ 1,3 bilhão, impulsionada pelo aumento do preço médio da saca, que chegou a US$ 401,85. (Cecafe/RevistaCafeicultura)

Os principais destinos do café brasileiro continuam sendo Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão e Bélgica. O destaque vai para o Japão, que aumentou suas compras em 10,1% no período. (Exame)

A colheita da nova safra de café começa nos próximos dias em Minas Gerais e São Paulo, estados responsáveis por mais de 80% da produção nacional. A expectativa é de um trabalho mais cuidadoso nas lavouras, pois os impactos da estiagem só serão totalmente percebidos na fase de beneficiamento. (Forbes)

No mercado, os contratos futuros de café arábica para março de 2025 chegaram ao pico de US$ 433,4 cents/lb em fevereiro. A valorização do grão animou produtores e investidores, mesmo em um cenário de menor volume colhido.

Um anúncio importante também marca este Dia Mundial do Café e destaca o posicionamento do Cerrado Mineiro no mercado global: a emissão de cinco milhões de selos de Denominação de Origem (DO) para cafés industrializados em 2024. A marca foi alcançada após anos de investimento em profissionalização, tecnologia e articulação com o mercado internacional.

O reconhecimento vai além da embalagem. No campo, os números também impressionam: a quantidade de café verde certificada com o selo DO saltou de 115 mil para 300 mil sacas no ano, um crescimento de 160%. Um dos grandes impulsionadores dessa projeção internacional é a parceria com a italiana illycaffè, empresa globalmente reconhecida no setor.

A Denominação de Origem garante que o café seja produzido em condições específicas de terroir, como clima, solo e altitude da região. Ao todo, 55 municípios participam da produção, em uma área cultivada de aproximadamente 250 mil hectares. A produção média anual chega a seis milhões de sacas, representando 25,4% da produção mineira e 12,7% da nacional.

A estrutura da cafeicultura regional do Cerrado Mineiro conta com o apoio de seis cooperativas: Carmocer, Carpec, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocacer e MonteCCer. O avanço dos volumes certificados e a presença em mais de 50 países comprovam a confiança e a valorização do mercado internacional no café da região. (100porcento agro)

Além de ser o maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de maiores consumidores, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O café movimenta milhões de empregos diretos e indiretos, sendo uma das bases da economia em centenas de municípios brasileiros. (Compre Rural)

Neste Dia Mundial do Café, o Brasil não apenas comemora, mas também reafirma sua vocação histórica e cultural com o grão. O setor, que une tradição e inovação, continua sendo um símbolo de resistência e de identidade nacional.